quarta-feira, 24 de agosto de 2016



Carta aberta para alguém que não vai voltar.

Você é meu porto mais bonito, aonde meu barco não vai mais voltar, por você, talvez por nós. Eu me arrependi, e te quis de volta bem antes de te encontrar em braços de outra, mas não te quero mal, e também sei do tamanho do meu estrago, e ainda assim te quero mesmo com o peito dilacerado em saber que em semanas ter dado a ela, conquistas que foram feitas por nós, em meses, anos, ou até mesmo em um simples "amor" vindo da sua boca, como já a chama. Quando eu dizia "amor" pra você, era tão carregado de sentimentos. Mas eu já não posso pensar em arrependimento, e nem estragar a sua felicidade. Amar dói. Eu aprendi da pior forma possível que "Amor não é tudo", e te ensinei também. Amor igual, livre, sem remessas, tão difícil em tempos assim, eu tinha contigo, e sentia deitada no seu peito... E eu me conheço, eu sei que vou te eternizar, como anjo, meu mais puro amor, que eu nunca deixarei de encher a boca para te elogiar, entre outros todos os apelidos carinhosos e momentos que eu poderia citar aqui...
Falta nosso abraço, falta seu beijo, falta você dormindo comigo grudado, falta seu cheiro, falta teu carinho, falta a sua voz que foi por ela que também me apaixonei, falta o seu sorriso que puxava o meu... Eu não te quero por carência, te quero por quem é. Não é por capricho, e vou continuar te querendo aqui comigo, como alguém que sabe que esse porto foi o mais lindo e o mais bonito de todos que atraquei, como você mesmo me disse "Vida que segue", então tenho que seguir na ideia de cuidar de mim, eu vou consertar o barco, e me amar, foi por isso que zarpei, e hoje enxergo isso com tamanha nitidez... E nem por isso deixei de te amar um segundo se quer, mas doente e quebrada, não consigo doar nada, tudo perde o interesse, gradativamente tudo foi perdendo o interesse aos meus olhos, a cabeça foi ficando fora do eixo... Tempos de aguentar correntes e ventos fortes, me por no lugar, renovações era preciso... 
E sei que não merece um barco quebrado atracando no seu porto, mas só agora um pouco tarde, estou construindo meu navio, melhor, com certeza muito mais demorado, porque crescer realmente dói, com doses amargas de saudade de você, mas mudando pouco a pouco. Você não vai me enxergar, eu sei, e isso dói, justo você, que tanto quis me ver navio! Não são as pessoas que me farão ao meu redor, sou eu, aceitando que te perdi, aceitando que outra te fará feliz, e aceitando tanta coisa do meu passado angustiante, que só você bem sabia como meu barco era machucado, e como não media esforço pra tentar me consertar. Eu amo você, daqui, quieta, mas quem sabe um dia ou outra vida, você me de algum sinal que eu possa voltar, uma luz, nem que seja uma ponta de cigarro lá no fundo acesa. Por você vale a pena. Queria ter sido bem mais, quero ser bem mais, e eu vou estar sempre ao seu lado, mesmo sabendo que nem mais amizade ficará, mesmo que você acredite que eu não esteja ao seu lado, eu vou estar, porque não é físico, não é. Distância não muda importância. Sortudo de quem está ao seu lado, ou ficará. E se for em outra vida, não vou deixar escapar, mas Deus tem o propósito de casa coisa.
Eu vou cuidar de mim como você cuidava.
Eu vou me amar como você me amava.
Tempo ao tempo.
Não é a primeira vez que em despedidas na minha vida, em respeito, eu não vou atrás... Mesmo que recebesse um não, mesmo que fosse pra firmar que eu te quero aqui, apertado, colado do meu peito, e que tentássemos mais uma vez, porque nossa história foi tão gostosa e meus olhos nunca te viram tão longe do meu barco...
Não é a distância que importa, mas a vida tem dessas...
Eu finalmente aprendi que o amor não pode ser egoísta. Teu navio atracou no meu peito, e eu deixei realmente você ir, por não ser teu porto feliz.

Te ver, e não te abraçar, machuca, corroí.

Te amar dói.
Te querer feliz dói.

"Foi o melhor que você fez por nós..." dizia você.


Seja feliz meu amor, eu amo você.