O desapego quando
chega, é triste, é frio, é algo tão estranho de sentir... não é questão de ser
egoísta... mas é algo particularmente vazio, fim de historias, fim de
sentimentos, todo fim é triste! deixar de gostar de alguém, romper laços,
deixar de sentir, deixar de idealizar, são planos de hoje, de ontem, de amanhã,
e tudo se foi... é esquecer, lembrar sem desejar, saudade que não quer ter
volta daquilo que se teve, obteve, fim... é fim! é vida que segue, é não
conseguir voltar, é não conseguir se quer ter vontade de tentar voltar, lutar,
mudar o rumo do fim, de recomeçar... é vida sozinha, novo rumo, novas pessoas,
novas ideias, novos jeitos... é se olhar, é voltar ao ontem, se aprofundar,
fazer tudo errado tentando acertar, sozinha, é queimar a língua, novos e velhos
sabores, é ser julgado, errar sem dó... é se sentir só, o arriscado é o tal do
novo, é escuro, mas tem luz ao mesmo tempo, basta saber encontrar... é o tal
morrer de amor, levantar e continuar vivendo, é essa bagunça de sentimentos sem
mais cumplicidade, em que você se olha e se sente gelado, assustado, surpreso
pelo inesperado de não se importar e ao mesmo tempo querer o bem, seja lá com
quem, sem ligar pra isso, sem depositar sentimento algum se quer em cima
disso... é só você... é se esgotar, se sentir culpado por não sentir mais, e ao
mesmo tempo encerrar uma página da sua vida, com tato, paladar, cheiro,
respiração, voz, carinho, músicas, olhares, entrega, giros, cuidado, caminhos,
você escreveu essa página seja ela ruim ou fantástica, e o desapego chega! se
instala, e não tem como reverter isso, 8 ou 80, sem pele, sem bons momentos,
guardar na gavetinha de historias da vida... é agradecer, agradecer tudo que
recebeu! ensinamentos, vivências, historias, falhas que se tornam lições, e se
perguntar sem mínima noção do "por que raios a vida é essa caixinha de
surpresas?!" ...é volta e meia afirmar que essa vida insisti em esfregar
na cara que sou intensa, que sinto demais, que transbordo, que me entrego,
assim como de forma imprevisível e rasteira sinto esse tal desapego, que veio
sem dó, sem dó de crescimento, de intimidade, de afeto, companheirismo, de ser
um só... é esse tal desapego que não romantiza mais a dor... é não olhar pra
trás, e não se permitir olhar pra trás mesmo que as vontades não sejam recíprocas,
e as respostas não sejam iguais, a sua cabeça te permiti pensar ou não, tentar
ou não, mas ela involuntariamente impõe que não, que seu tempo já foi... é
ponto final, sem mais nenhuma linha.